sábado, 31 de março de 2012

O DEM precisa governar Socorro, diz Augusto Bezerra


“O meu projeto de governo será registrado em cartório para que vire compromisso”, declara Augusto Bezerra no Cabaré de quinta

O deputado estadual, pelo quarto mandato, Augusto Bezerra (DEM), foi o convidado desta semana do Cabaré de 5ª. O parlamentar é o forte pré-candidato da oposição à Prefeitura de Nossa Senhora do Socorro e promete desbancar o prefeito Fábio Henrique (PDT) que deseja a reeleição.
Augusto procurou responder às questões com uma grande cautela, para não ferir a legislação eleitoral e assim ser acusado de usar o espaço como campanha antecipada. Sempre estrategista, o pré-candidato quando sabatinado durante as duas horas e meia, ficou sempre em pé. “Trago um pouco em minha bagagem da experiência de professor durante 20 anos”, declarou. “Agradeço o rico espaço para falar dos meus projetos de governo para Socorro”, disse, abrindo desse modo, mais uma edição do Cabaré.

Por que ser prefeito?
Em Socorro, mesmo com a vantagem nas últimas eleições de 12 mil votos sobre o governador Marcelo Déda (PT), João Alves não possui um candidato a vereador e a prefeito lá. “Por isso, coloquei o meu nome como sugestão”, disse.
“Na verdade, o grande prefeito dessa cidade sempre foi João Alves Filho, com a construção de conjuntos, pontes, hospital, mutirão de casas e trouxe a água e a energia. Então, na nossa opinião, falta um candidato do DEM”, informou.

Desenvolvimento
“Socorro sempre foi a cidade que mais gerou empregos, é o segundo maior município em arrecadação, o segundo maior colégio eleitoral, mas ocupa o 41º lugar em gestão fiscal, atrás de muitas cidades menores. Por que não há investimentos? E temos os piores ônibus coletivos, temos um hospital fechado, praças abandonadas, uma saúde deficiente, etc”, disse.

João Alves Filho
“Apesar de ter voltado em José Carlos Machado e Eduardo Amorim, para o Senado, o meu líder político é João Alves. É ele que, ao lado de Maria do Carmo e Goretti Reis, estará no meu palanque. E, ainda com os líderes do PSDB”, disse feliz.

Subvenção
“Há um pacto entre os meus colegas de Assembléia em não divulgar as verbas destinadas às associações, times de futebol, organizações, que, por sua vez, prestam contas à Assembléia. Subvenção não é salário”, afirmou, enumerando todas que recebem, e que sobrevivem graças a esse auxílio. “As minhas estão no Portal da Transparência”, completou.
Ele disse também que para uma Associação conseguir subvenção precisa primeiro ser reconhecida de utilidade pública pela Assembléia Legislativa, ter CNPJ, contabilidade, além de outras exigências.

Oposição
“A oposição não é irresponsável, porque ela não só cobra, mas também pode fazer. Déda foi infeliz quando falou que nós cobramos porque sabe que nós não podemos fazer”, declarou.
“Eu cobro que o governo pague o piso dos professores, que os médicos e engenheiros possuam plano de carreira etc. Se o governo escutasse a oposição, com certeza faria melhor”, disse.

Lixo x Torre
“A Adema precisa entender que o legislativo é um poder transparente. E eu vou representar o povo de Socorro. Por exemplo, onde querem construir o aterro é um lugar inadequado, onde vivem famílias. Não é uma questão pessoal contra a Torre. Se quiserem construir um aterro de resíduos de construção civil, eu aplaudo”, disse, afirmando ainda que a Prefeitura de Socorro falta com o pagamento à empresa, o que fez com que ela demitisse dezenas de famílias na semana passada.
Proposta
“Não recebi nenhuma proposta de 500 mil reais para votar em determinado candidato para o Tribunal de Contas, porque deixo claro as minhas posições na Assembléia Legislativa, o que faz bloquear qualquer tentativa”, disse. “Acredito que não houve nenhuma espécie de proposta desse tipo para os demais colegas”, afirmou.
“Belivaldo Chagas, pré-candidato ao TC, é um homem de respeito, mas politicamente ele é o meu adversário. João Alves nos fez um pedido, que votássemos em um único candidato. Mas, antes de mais nada, o meu voto ainda é segredo”, disse.

Educação
“Defendo uma educação integral. As escolas têm que abrir aos sábados e domingos, envolvendo os pais com cursos profissionalizantes. Tem que haver teatros, quadras de esportes, biblioteca. Minha história foi pautada em educação, por isso falo com conhecimento de causa”, disse, falando, também, da valorização da educação e da cultura da nossa terra que deve chegar ao conhecimento da classe estudantil.

Campanha
“Em vez de fazerem promessas que não podem ser cumpridas, deveriam agir mais. Por isso, os meus projetos de governo serão registrados em cartório e assim se tornarão compromisso”, falou.
“Serei um amigo de Socorro e não um político de cargos. Sei que muitos afirmam isso, mas agem ao contrário. E eu morarei em Socorro, se Deus quiser”, afirmou.
“Quando a gente assume um compromisso, deve saber as receitas do município”, falando ainda dos contratos com a empresa responsável pelo concurso público, com a Torre e a Transul e da prioridade do concurso para dar dignidade ao profissional, e não haver contratações pela Multiserv”, completou.
“Socorro foi construída para ser uma das cidades da qualidade de vida, mas o que existe hoje é um abandono, sem estruturas”, disse.

Segurança
“Não podemos falar mal dos policiais. Mas faltam policiais nos postos”. Não podemos culpar o prefeito, mais ele precisa ir à procura da resolução. Temos, ainda, um batalhão na cidade que não funciona. O policial ganha bem, mas não há um quadro de horário funcional, fardamento”, disse.

Saúde
“Deve priorizar o programa de atenção básica no município de Socorro”, afirmou. “Hoje não nasce ninguém em Socorro, assim como em Lagarto onde as cirurgias no novo hospital não têm. Faltam insumos e materiais de todos os tipos nas unidades”, declarou.

Transporte
Socorro precisa de um transporte de ponta, o “Led sobre trilhos”, que não é metrô e nem é trem, mas que já existe um projeto. Socorro é servido com os piores ônibus, são ônibus velhos que são colocados pela SMTT, por falta de administração.

Fábio Henrique e Marcelo Déda
“O prefeito tem que apresentar as promessas que foram prometidas. Eu não vejo problema algum em não ser aliado politicamente de Déda. Até porque como governador só enviou para lá penitenciária, lixeira, IML...”, disse ironicamente.

Por Daniela Domingos



sexta-feira, 23 de março de 2012

“Edvaldo Nogueira é o meu forte cabo eleitoral”, disse o pré-candidato a prefeito Jeferson Passos


*Por Daniela Domingos

O bacharel em Ciências Jurídicas pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e atualmente secretário de Finanças de Aracaju, Jeferson Passos, foi o convidado do Cabaré desta quinta-feira, 22, no Bar Meu Boteco. Duramente sabatinado por uma hora e meia, o futuro o pré-candidato a prefeito pelo PCdoB, respondeu tudo serenamente, com a sua personalidade que lhe é peculiar.

Se for eleito chefe do executivo municipal, teremos um gestor público mais técnico do que político. Mas, para ir disputar o pleito em outubro de 2012, terá que desbancar fortes nomes do seu bloco político liderado por Marcelo Déda: os deputados federais Valadares Filho (PSB), Rogério Carvalho (PT) e os deputados estaduais Adelson Barreto (PSB) e Ana Lúcia (PT). Mas ele tem um forte cabo eleitoral, seu correligionário e líder, o prefeito Edvaldo Nogueira.

Jeferson Passos abriu os trabalhos do Cabaré de 5ª falando da sua vida profissional. Além de ser formado em Direito e secretário municipal desde 2007, é especialista em Estratégia e Marketing Empresarial, foi consultor na Superintendência Regional do Banco em Aracaju, gerente de Filial de Administração em Salvador e gerente de Logística da Central de Prestação de Serviços em Aracaju.

Horizontes

Além de Finanças, já acumulou junto a sua secretaria o Planejamento e o Gabinete, o que lhe acrescentaram não somente experiência, mas novos horizontes de ver Aracaju além-fronteiras. “O meu nome saiu naturalmente junto com o da colega Tânia Soares, e ficou o mais consolidado”, disse. “Acredito nos ideais do meu partido comunista e participo de uma administração que dá certo, que se preocupa com o povo, que governa toda a cidade, do centro aos bairros”, acrescentou.

Visibilidade

“A minha percepção é diferente do secretário tradicional. Não tenho o objetivo de segurar orçamentos, mas de maximizar e dinamizar recursos que fazem parte do projeto de governo”, falou. Como gestor, vai envolver-se sim em projetos da Prefeitura, como ligados a obras, alternativas de melhoramento do trânsito e de das demais secretarias: saúde (funcionalismo) e na educação (investimentos na tecnologia).

“Também trabalho na simplificação com impostos, desburocratização em processos com empresas e empreendedores individuais, certidão negativa e nota fiscal eletrônica. Diante disso, ficamos reconhecidos pelo segmento empresarial”, disse.


Edvaldo Nogueira

“O prefeito de Aracaju será sim meu cabo eleitoral. E apatia dada a ele por algumas pessoas é relativa, ele talvez não “apareça” muito, mas possui um leque de serviços, que fazem suplantar a sua falta de carisma”, disse.

Se eleito prefeito de Aracaju, seu governo não será de mudança, mas de continuidade do de Edvaldo Nogueira, principalmente nos projetos e programas que dão certo. “Mas a minha governabilidade terá as minhas digitais, com apenas alguns modais da diferença para continuarmos a ser a cidade da qualidade de vida”, enfatizou. “E conseqüentemente buscarei pessoas que se adéqüem ao perfil. Reúno na minha personalidade um perfil técnico e um consenso com o político-partidário”, afirmou.

Prioridades

“Na saúde temos uma demanda de serviços que extrapola qualquer organização pública. Precisamos, desse modo, ampliar os mesmos e qualificar os serviços de urgências, investindo também na tecnologia e maximizando os seus recursos para agilizar todo o processo, além de estabelecer regras para melhorar a qualidade profissional. Temos, ainda, a falta de pediatra que é um problema crônico”, falou.

Com o investimento na educação, permitir que o cidadão, qualificado, tenha os seus direitos assegurados, e preparado para o mercado de trabalho. Também fortaleceremos o diálogo com o Governo Federal.

Quanto à mobilidade urbana, “é complicada qualquer alteração principalmente no quesito estrutural, temos que ter criatividade. Para se melhorar é preciso discutir questões polêmicas como canteiros em avenidas e o incentivo ao transporte coletivo e alternativo, educação de trânsito e em obras de infra-estrutura”, acrescentou.

Mas, de uma coisa pode-se ter certeza, seu plano de governo será mais real do que fantasioso, com projetos que podem ser executados. “Porque não adianta dizer que vai fazer, fazer o eleitorado encher os olhos com promessas, e não realizá-las”, disse.

“As prioridades mudam, não são umas coisas simples de se resolver. Um bom exemplo é o Plano Diretor que já temos um em vigor, mas em dezembro, foi aprovada uma lei federal que lhe acrescentou uma série de instrumentos. A cidade também cresceu do ponto populacional e conseqüentemente precisamos de mobilidade”, informou.

Quanto ao meio ambiente, “todos nós queremos viver em um local agradável e adequado. Então iremos pensar ações que minimizem os problemas que agridem o espaço: reciclagem, reutilização da água, construção de prédios inteligentes, esgotamento sanitário, estruturação de um órgão ambiental e limitação da construção de indústrias que poluem”, disse. “Hoje precisam ser resolvidos os aterros sanitários, em que muitas questões foram levantadas, mas eu enfrentarei as discussões. Temos um “lixo controlado”, mas ainda não é o ideal”, declarou.

Aliados

“Todos os projetos são praticamente os mesmos da base aliada, e somos os mesmos neste cenário político novo, que não afetará nada em 2012, somente em 2014”, afirmou. Reafirmando a união do grupo, sua base lançará uma única candidatura, porque senão o objetivo não será alcançado e a oposição, o DEM terá sucesso. “E o desejo é um candidato que agrade todo o grupo”, concluiu.



Ana Lúcia Vieira e um governo mais participativo, transparente e democrático

 Com uma grande bagagem na docência, na administração pública, no parlamento estadual e no sindicalismo, a deputada estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Ana Lúcia Vieira, compareceu pela terceira vez ao Cabaré de 5ª para ser sabatinada por jornalistas, radialistas e formadores de opinião do estado. Acompanhada por membros de luta do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Sergipe (Sintese), uma das principais representantes dos professores respondeu perguntas e expôs seu projeto de governo de Aracaju, caso seja eleita nas próximas eleições em outubro deste ano.


A maior representatividade política de Ana Lúcia Vieira foi, sem dúvida, quando esteve presidenta do Sintese entre os anos de 1992 e 1995, e agora como deputada estadual desde 2003, onde já chegou a liderar o PT no parlamento em 2003. Também já esteve secretária de Educação de Aracaju durante 14 meses.

A sessão nesta quinta-feira, 15, durou um pouco mais de duas horas e aconteceu no espaço do Bar Meu Buteco, na Avenida Tancredo Neves, no Bairro Inácio Barbosa e teve início com a apresentação de slides contendo o seu plano político eleitoral, totalmente técnico, mas real, divido em eixos temáticos e informando que no próximo dia 24 irá disputar com o deputado federal Rogério Carvalho o lançamento do seu nome para a candidatura à Prefeitura de Aracaju com os membros do partido.


Apresentação técnica

A deputada estadual iniciou a sua apresentação conceituando a cidade, nas perspectivas econômica, social, política, psicológica e geográfica. “É um espaço de convivência social organizado por homens, mulheres e crianças. E para definir melhor a cidade de Aracaju e o seu cenário sócio-econômico utilizamos de questionários para população para eles conceituarem como eles se vêem como povo”, disse.

De acordo com dados do IBGE, a população aracajuana é formada basicamente mais por mulheres do que por homens, com mais incidências de negros e pardos. O que mais gera emprego em Aracaju, nessa ordem, são a prestação de serviços, a administração pública e a construção civil, com mais homens no mercado de trabalho e um grande número de jovens presentes.

Na saúde, tem-se a predominância do setor privado mais do que o público, ou seja, as empresas particulares têm os melhores equipamentos, médicos e por isso sua maior procura. Já na educação, houve a queda do quadro de matrículas na rede de ensino municipal. Em relação aos transportes, existem poucos ônibus para atender a população, o que se torna necessário priorizar um plano de mobilidade urbana.

Eixos de implementação

Segundo a deputada, deverá haver uma modernização administrativa, transparente, participativa e democrática para a Prefeitura de Aracaju. “Necessitará também uma implementação do Plano Diretor com a participação direta e participativa do povo, para assim consolidarmos a democracia”, disse. “Eu, enquanto fui secretária, nunca fui acusada de não conversar com os conselhos e sindicalistas, porque a minha vivência sempre foi pautada por princípios de democracia, de saber ouvir e interpretar as pessoas”, acrescentou durante o diálogo com os presentes.

Falando em comunicação, Ana Lúcia Vieira ressaltou a questão como um direito fundamental da pessoa humana à cidadania. “Desse modo, buscaremos ter concessões públicas de TVs e rádios educativas, banda larga pública e gratuita em toda a cidade e subsidiar 20% do orçamento municipal para a comunicação, direcionando para as mídias alternativas.

A educação, sua área dominante, a parlamentar propõe uma escola pública democrática e participativa, com a universalização do acesso, a ampliação da educação de jovens e adultos e a volta ao avanço do nível educacional da população, que teve um declínio nos últimos cinco anos. “Como educadora eu vou discutir com todos os segmentos para construir uma escola para todos”, acrescentou.

Para a saúde, a pré-candidata sugere um cuidado com a infra-estrutura, desde a melhoria da higiene e do saneamento básico para que se possa promover a saúde. Ela ainda dividiu o tema em subeixos: a eficiência e a eficácia do funcionalismo público, baseado no diálogo; a manutenção de equipamentos, com a definição de metas; e o diálogo com todos os gestores do próprio município e de todo o estado. “Há também um descompromisso e omissão em relação à saúde, precisamos de um processo de redemocratização”, acrescentou no momento da sabatina. “A área médica não pode ser mercantil, mas de conversas com o sindicato, gestores, médicos para atender as metas”, disse.

Na cultura, turismo, esporte e lazer, Ana Lúcia pensa a cidade não apenas para o turista que esporadicamente visita, mas para os que residem aqui. “Vamos criar espaços de promoção, expressão, busca e afirmação da identidade sergipana e aracajuana. “Precisamos de uma política de integração do turismo e não apenas de grandes obras”, disse.

Na assistência, inclusão social e cidadania, a deputada observou que a maioria da população não sabe os serviços que lhes são ofertados para a geração de emprego e renda. Já a ciência e a tecnologia não podem ser separadas de outras secretarias, devem ser debatidas juntas.

Para a mobilidade urbana, “devem-se priorizar os espaços físicos e meios de transportes para toda a população”, disse. A habitação, por sua vez, criar espaços físicos para a periferia, tendo um olhar especial para a cidade como um todo. “Não existe qualidade de vida sem mobilização urbana”, acrescentou.

No meio ambiente, infra-estrutura e serviços, deve-se ficar atento para água, esgoto, drenagem e resíduos urbanos. “Aracaju é uma cidade ambientalmente frágil, construída em mangues. Vamos criar uma cidade sustentável e com verdadeira qualidade de vida”, atentou.

Para o desenvolvimento e distribuição de renda, a deputada apresentou os resultados de enquetes sociais, das queixas mais freqüentes quanto à saúde, o perfil das entrevistas em relação à escola pública, limpeza urbana, assistência social, os principais locais utilizados pelo aracajuano para o lazer e os seus principais anseios, que estão à frente a segurança, educação e saúde.

Sabatina

A primeira questão levantada foi sobre a questão do lançamento de um candidato do PT, mesmo com o grupo desestruturado, sem o apoio das grandes coligações. Para Ana Lúcia, a candidatura deverá ser feita com os aliados de base, tal como aconteceu em 2006, através de um diálogo. “Também não acredito em um império do dinheiro, que queira eleger o companheiro Rogério Carvalho com o representante ao cargo de prefeito de Aracaju. Porque sem uma votação interna, o nosso partido perde o caráter”, completou.

Em seguida, um ouvinte quis saber a sua nota em relação à gestão do secretário de Educação de Aracaju Antonio Bittencourt, com a implantação de novas tecnologias. “Novos instrumentos sempre merecem nota 10, mas temos que recuperar as matrículas através de uma chamada pública, valorizar mais o magistério e termos uma gestão democrática e participativa com os pais, a comunidade e a escola. Cuidam tanto do jardim e esquecem da casa, porque compete ao poder público ter uma escola acessível para os alunos”, ironizou.

Drogas, um dos maiores problemas da atualidade, Ana Lúcia debateu o tema com sabedoria. “Vamos combater os traficantes, enfrentar esse mal e acabar com os preconceitos, discutindo com os professores e juventude políticas públicas para resolver a questão e assegurando um futuro para os jovens.

Quanto ao aterro sanitário, a pré-candidata discorreu sobre uma licitação do lixo, que evitará posteriormente um caos. “Licitação é uma necessidade e é o princípio que norteia qualquer administração pública. E quando falamos em resíduos, é fundamental uma usina de lixo que promova reciclagem e seleção, sempre em acordo com o meio ambiente”, afirmou.

Uma nova política pública para as mulheres também deve ser priorizada, de acordo com a deputada Ana Lúcia, principalmente quando se trata da violência contra as mulheres, a sua autonomia econômica e social e a sua vulnerabilidade.

Voltando mais uma vez à educação, a parlamentar falou da necessidade da construção de creches para favorecer as mulheres que trabalham fora. “Por sua vez, deve haver sim o pagamento do piso salarial do magistério e o plano de carreira, para valorizar os mais qualificados, e assim conquistaremos a categoria. Também está em falta um concurso público para os trabalhadores em educação, para os técnicos e equipe administrativa”, disse.

“Também devemos adequar a escola para atender as necessidades dos portadores de deficiência, independente de questões sociais e físicas, promovendo uma inclusão para todos. É preciso pensar os portadores de necessidades especiais além do óbvio, porque muitas coisas podem ser feitas, mesmo com poucos recursos”, opinou.

Finalizando sua participação no Cabaré, a deputada estadual e pré-candidata Ana Lúcia Vieira agradeceu a oportunidade e lembrou de suas ações enquanto secretária de educação em Aracaju, apresentando publicações literárias realizadas na sua gestão e lendo um poema de Mário Jorge, sobre a escola.


Por Daniela Domingos


sexta-feira, 2 de março de 2012

Almeida Lima: “Precisamos acabar com os ladrões de licitações e prestação de serviços”


*Por Daniela Domingos

O deputado federal Almeida Lima (PPS) marcou a volta do Cabaré de 5ª, evento que reúne profissionais de imprensa e formadores de opinião de todo o estado para discutirem temas de relevância social e política na atualidade. O parlamentar reabriu os trabalhos do encontro semanal falando do seu projeto de governo que o fará se eleito prefeito de Aracaju em 2012.

O retorno do Cabaré também veio com novidades. Ele agora acontece no barzinho “Meu Boteco”, na Avenida Tancredo Neves, no bairro Inácio Barbosa, onde serão sabatinados pré-candidatos à Prefeitura de Aracaju em 2012. O local, mais acolhedor, suprirá e atenderá a demanda dos cabarezeiros, pois em outras palavras, o Templo Gelado estava pequeno para tantas pessoas.

Ex-prefeito de Aracaju durante apenas dois anos, 1994-1996, época em que deixou de ser vice de Jackson Barreto para assumir a prefeitura, Almeida Lima, em sua breve apresentação inicial, convidou os presentes a prestigiarem o lançamento oficial da sua pré-candidatura no próximo dia 16 de março, na Assembléia Legislativa. “Apresentarei a minha proposta de governo, mas não é finalizada. Iremos construir juntos, com a comunidade, com os estudantes, com o povo, com cada segmento da sociedade”, disse. “E eu me sinto à vontade com cada item que for perguntado”, declarou.

Loteamento do Pantanal no Inácio Barbosa 

Indagado por uma moradora do Pantanal, caso Almeida Lima seja eleito gestor, para onde irão os que residem na localidade, já que a Prefeitura de Aracaju tem lá um projeto de revitalização e provavelmente entrará com uma ação de despejo.

Almeida Lima, saindo pela tangente, respondeu à senhora que ainda não tem condições de responder por que ainda não é prefeito de Aracaju. “Não conheço as razões da municipalidade, mas se um fato como esse for verídico e se eu fosse prefeito, antes da imprensa tomar conhecimento, eu reuniria a comunidade. Que fique claro: enquanto fui prefeito de Aracaju nunca despejei nenhum morador, sem antes consultar as partes interessadas”.

Como exemplo, a Praça Tobias Barreto, que antes de iniciar a reforma, fui ouvir os comerciantes dali. “Acrescentei diversas idéias ao projeto inicial. Porque eu tenho a convicção de que nós gestores não somos donos da verdade. Temos que sair do nosso gabinete e ter humildade de ouvir o povo. Por isso, o que fundamenta a minha proposta de governo são os interesses do povo, a demonstração popular e não os interesses da elite”, disse.

Mobilidade urbana

“Agora existirá licitação para o transporte público de Aracaju 15 anos depois de governo? É hilário. Até porque o transporte do povo é privatizado, como acontecem com as construtoras, onde são os empresários que mandam na Prefeitura de Aracaju. No meu governo municipal, entre os anos de 94 e 96, apresentei um edital de licitação, mas membros do PFL, hoje DEM, entraram com um mandato de segurança que impediu a sua publicação. E agora, 15 anos depois, haverá? E por que não houve antes? Por que o problema da mobilidade urbana só estourou agora ou foi paulatinamente?”, perguntou.

“E quais foram as avenidas construídas por João Filho em Aracaju? Temos a Rodovia José Sarney. Mas ela foi devidamente planejada? Sem ofertar a capacidade da mesma ser duplicada, sem poder ter estacionamentos?”, exemplificou o pré-candidato.

“Não é essa visão tacanha e míope que queremos, mas progressista para começarmos a falar de mobilidade urbana. Eu já falava antes na abertura de 15 novas avenidas, mas elas ainda não são suficientes, além de termos um transporte coletivo que também não é adequado. O que precisamos é de menos conversa para termos um projeto bem executado”, esclareceu, criando um mapa imaginário com as novas avenidas, que, segundo ele, desafogará o trânsito de toda a capital.

Meio ambiente

“Nenhum governo teve tão preocupado com o meio ambiente como o meu. Por exemplo, tivemos o maior crime ecológico, econômico e social, que foi a destruição do manguezal da Coroa do Meio. Foi destruído e, ainda, teve a injeção de inúmeros recursos financeiros”, disse o deputado federal, fazendo todos imaginarem como eram a Atalaia e a Coroa do Meio anos antes.

“Desafogar o trânsito e soluções para a mobilidade urbana são os desejos políticos de todos os prefeitos, mas têm que conhecer as particularidades locais. Eu não construí canais para deixar descobertos. Por que não se constroem ciclovias no local?”, perguntou.

Urbanismo

“Eu, como prefeito de apenas dois anos, sem apoio do governo, deixei praças belíssimas que foram praticamente destruídas: a Tobias Barreto, a da Catedral, da Camerino e da Bandeira. Mas agora é preciso dar ao cidadão a oportunidade de governar durante quatro anos”, afirmou.

“Temos ainda como projeto a transformação de um “shopping” no calçadão da cidade, o fortalecimento e a modernização da estrutura da guarda municipal, o comércio dos parquímetros e o renascimento do Centro da cidade”, enumerou. “A administração precisa se renovar, porque há mutações, não é estática e não deve ser feita uma administração apenas para a elite, com a construção de avenidas no Jardins, que só fortaleceram as grandes construtoras. No meu governo, foi pavimentada a periferia. E é isso: temos um projeto completo para Aracaju, de norte a sul, leste a oeste”, acrescentou.

“A Rodoviária Velha também não pode ser tratada de forma alterada. Quando se fala em reformulação, tem que haver uma revitalização sem prejuízos aos comerciantes e à população”, informou. “Eu acho que os ambulantes têm que ser tratados com respeito e não apenas os empresários”, disse.

“Esse plano de mobilidade é um caixão político. O que devemos ter é um planejamento estratégico de desenvolvimento econômico e social, um planejamento que funcione até 50 anos depois, com princípios norteadores, diretrizes, metas de governo e ações bem definidas. Hoje temos uma administração medíocre que não sabe o que fazer, mas na minha administração vocês sentirão a diferença”, disse.

“Eu sou oposição a João Alves e Marcelo Déda, que para mim os dois não há diferença. João tinha um Estado que considerava como um brinquedo e perdeu, já Déda é um ditador ao extremo, um agressivo parlamentar. Temos como exemplos os secretários que eram de um governo e hoje são do outro. Nós precisamos fazer a diferença”, pontuou.

Saúde

“A princípio, trazemos hoje um orçamento muito superior ao da época. Em segundo lugar, temos que oferecer um tratamento adequado aos nossos profissionais e, em terceiro, o paciente não pode sair do posto sem o medicamento, sem fazer os exames, estamos com um círculo vicioso, sem nem instalações físicas adequadas”, informou.

“Quanto às ambulâncias, tínhamos o mesmo quantitativo que hoje, com uma população maior. É necessária também a distribuição inteligente dos veículos de atendimento de acordo com as incidências de ocorrências e os locais estratégicos. Quanto o custo financeiro disso? Nenhum”, disse.

“Dinheiro nós temos, mas precisamos acabar com os ladrões de licitações e de prestação de serviços”, informou.

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“Eu não vou fazer. Quando se terceiriza / contrata no poder público é onde mais se roubam. No meu governo, toda a parte de criação era feita pelos próprios servidores, pagávamos apenas a veiculação. Não existia esse lance de comissão para empresas e nem para produtoras musicais, quando eu queria contratar, por exemplo, artistas”, informou.

“Se a classe política hoje está desrespeitada é por causa do PT, que prometeu uma ética política e hoje tem a mesma ética de Fernandinho Beira Mar. 

Polêmicas

Quando indagado sobre a polêmica da compra de uma rádio no valor de um milhão de reais, o deputado federal esclareceu que a aquisição se fez por parte do grupo de seis empresários, entre eles, José Augusto Vieira, do Grupo Maratá, que adquiriu uma parte de aproximadamente 50%.

“Mas se existir uma pessoa de coragem, pode me denunciar à Polícia Federal e ao Ministério Público. Eu sou ficha limpa, ao contrário de Marcelo Déda que responde por improbabilidade administrativa na construção da Avenida São Paulo. Eu não respondo a nenhum processo, já Jackson Barreto, é considerado o político que tem a ficha política mais suja do Brasil”, desafiou, enquanto pediu aos ouvintes que anotassem o seu nome completo e CPF e realmente pesquisassem se haveria processo.

 “Para mim, o maior gargalo da Prefeitura de Aracaju é a (falta de) administração, o modo de gerir - este é o entrave. Temos quatro pilares para o funcionamento da administração pública, que nós temos que ter a visão, que são a Educação, o Desenvolvimento Social, Saúde e Segurança”, argumentou.

“Minha administração é clara, transparente com o que eu faço. Não é para quem tem rabo preso. Porque eu não tenho nenhuma retaliação”, concluiu.

O deputado federal, Almeida Lima, foi sabatinado por aproximadamente três horas, ultrapassando, inclusive, o tempo regular do Cabaré que estabelece duas horas.