sexta-feira, 13 de abril de 2012

“Em três anos como secretário, realizei mais obras na saúde do que João Alves Filho como governador em 30 anos na política”


Foi o que disse o deputado federal Rogério Carvalho, que desafiou o ex-governador para discutir a saúde no Estado

*Por Daniela Domingos

O estilo de governar petista inaugurado pelo ex-presidente da República e maior líder do partido, Luís Inácio Lula de Silva, é um dos maiores orgulhos de todos os seus membros, sejam eles com mandatos ou não. Quando a “esquerda” chegou ao poder, debates setoriais começaram a ser realizados e toda a população está sendo, enfim, ouvida; e a democracia foi estabelecida.

Tudo isso foi exaltado pelo pré-candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) à Prefeitura de Aracaju, o deputado federal Rogério Carvalho, que esteve presente na 47º edição do NósnoCabaré.comConvidados, nesta quinta-feira, dia 12, no Bar Meu Boteco. Foram exatamente três horas de debate com profissionais de comunicação e formadores de opinião do estado.

O também ex-secretário estadual e municipal de Saúde, Rogério Carvalho, deu início aos trabalhos da noite, assim como os demais pré-candidatos que estiveram no Cabaré, explanando o seu projeto de governo, a partir de eixos temáticos sobre educação, saúde, mobilidade, sustentabilidade, resíduos urbanos e ação social. E, depois, seguindo as regras, respondeu uma a uma as perguntas dos presentes.

Educação
“Temos uma alta demanda de educação infantil e daí a necessidade de serem construídas creches para oferecer tranquilidade aos pais. Também definiremos o modelo pedagógico das escolas que será padronizado, em unidades dos bairros e centro, com o padrão de igualdade”, disse. “As unidades infantis é um compromisso de gestão, para potencializar a melhor fase do desenvolvimento intelectual infantil e oportunizar às famílias que possuem crianças a ascensão financeira”, disse.

Saúde
Oportunizar um centro de traumas maior e assim atender a demanda de vítimas de trânsito que vem aumentando ano após ano; criar uma rede de serviços de saúde eficientes na marcação de consultas e procedimentos; e estruturação dos serviços para acompanhar o crescimento da população. São esses os objetivos do ex-secretário de saúde, Rogério Carvalho.

Mobilidade
“Quando pensamos em um caos no trânsito, pensamos que é ocasionado por um transporte coletivo de má qualidade, mas em cidades onde os ônibus são bons ocorre o mesmo problema de lotação de carros na cidade. O que devemos fazer é ouvir a população e pensar a cidade com carros e ônibus, criando alternativas de novas vias e investimentos”, disse.
“Deve ser criado um plano diretor de transporte, porque hoje o sistema é envelhecido, para a quantidade de pessoas e carros que existem”, completou. “Vamos buscar empresários que busquem resolver os problemas da mobilidade. Também não farei uma licitação de faz de conta, sem a lógica do interesse público”, disse.

Sustentabilidade
“Não tem como pensar no futuro, se não pensar na sustentabilidade. Observando as bacias hidrográficas e as condições naturais, assim como o saneamento básico e esgotamento sanitário. Outro problema que precisamos resolver é em relação ao lixo urbano, levando em conta o aqüífero”, afirmou.



Cidade Viva
“Aracaju cresceu a partir de núcleos distantes, sem integração e planejamento, sem a concepção de qualidade de vida, com espaços de convivência e lazer”, disse, exemplificando os bairros que possuem espaços públicos e oferecem uma nova conotação. “Tudo será possível fazer quando tiver o projeto urbanístico, como a cidade irá se organizar”, falou.

Ação Social
“Vamos pensar um novo conceito de intersetorialidade, conhecendo o nosso público-alvo, definindo programas e criando pontos de acolhimento para atender a população vulnerável socialmente”, falou.

Prioridades
“É preciso inovar, definindo as prioridades que necessitam do poder público. Temos como experiência o orçamento participativo realizado em Aracaju. Não vamos governar com um modelo ultrapassado, mas para um cidadão que vive em sociedade”, disse.
“Como preparar a nossa cidade para possuir daqui a algum tempo, um milhão de habitantes? Sem conhecimento de causa, não teremos uma governança, apenas a formulação de um conceito artificial”, falou.

Governo de Déda cansado em Aracaju
“Temos uma eleição para o Governo do Estado, e apesar de Marcelo Déda e nem Dilma Rousseff saírem vitoriosos na capital, o PT foi o grupo político que teve mais votos, se somarmos os deputados e os votos de legenda. Então se percebe que o partido é forte, tem preferência, tem parlamentares eleitos, temos um governador do Estado e a presidência da República. É uma força extraordinária, um fenômeno político-brasileiro”, declarou.

Governo de Edvaldo Nogueira
“Com o prefeito Edvaldo Nogueira, tivemos qualidade em nossos serviços, entretanto, é preciso reconhecer que a arrecadação do município não é suficiente para executar tudo que é necessário: ou se pagam os servidores e prestadores de serviços ou se realizam obras. Mas, em linhas gerais, foi um governo bom, mas existem áreas como a saúde que precisam de financiamento, a educação que é preciso inovar no ponto de vista gerencial”, afirmou. “Não há recursos para fazer tudo o que desejamos e precisamos falar isso para a sociedade sinceramente”, acrescentou.


Fundação de Saúde
“A idéia da criação de uma fundação de saúde não foi da minha cabeça. Mas Sergipe seguiu os modelos gerenciais adotados em outras regiões brasileiras, com regras de empresas privatizadas, e em breve receberá um título de filantrópica e assim terá benefícios fiscais”, informou.

Zona de Expansão
“Deverá haver uma consulta à população do São José, Areia Branca, Mosqueiro para saber se eles querem pertencer a São Cristóvão ou Aracaju. E seguindo a Constituição, realizar um plebiscito”, disse. “Já o Santa Maria precisa ser tratado com as suas particularidades, para ser integrado à Aracaju”, afirmou.

Aliados
“É o líder da coligação que irá fazer a ‘costura’ com os aliados. Nós fomos o primeiro partido a lançar o candidato e lutaremos para sairmos fortalecidos e vencedores no pleito. Não somos um grupo que é fechado, isolado, que não abre espaço. Abrimos vagas sim, mas devem seguir a nossa ideologia política’, falou.
“O que o Partido Socialista Brasileiro (PSB) tem a falar de mim? Deslealdade? Em 2010 articulei a base para a sua eleição ao senado. Nem tampouco falta de compromisso. É legítimo pensar diferente, faz parte do jogo da política, mas nunca me acusarão de não ser leal”, declarou.

Rejeição
“Um nome morno não tem rejeição, é fato. Mas também não resolve nada. E ainda não considero a minha alta, em torno de 14%, visto que ainda não estou em campanha. Eu me preocuparia sim, se depois da imagem construída como candidato a prefeito, minha rejeição aumentasse”, afirmou.

 Lula
“O ex-presidente Lula foi o governo que me pareceu mais eficiente, porque procurou atender a pluralidade, através de uma política includente para aqueles que sofreram discriminação histórica, como os negros e as mulheres. Conseguimos transversalizar o governo, com políticas públicas que a princípio pareciam ineficazes e assim nasceu o sistema de cotas, beneficiando os negligentes sociais”, disse.

João Alves Filho
“Eu desafio, JAF como governador, compararmos quem fez mais obras na saúde. Se eu como secretário durante três anos, ou ele como governador em 30. Temos a Farmácia Popular, o Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), as Unidades de Pronto Atendimento (UPA), as clínicas saúde da família, centros de saúde, hospitais reformados, a construção de responsabilidade sanitária etc. Eu desafio a competência gerencial dele como o senhor das obras”, exaltou.

Transur
“As terceirizações com empresas privadas são legais sim na administração pública. Se a Multiserv é legal, por que a Transur não seria? É preciso avaliar decentemente o valor do serviço que é prestado”, opinou.

Absolvição do TSE
“Fui multado, em maio de 2007, porque um diretor do HUSE efetuou um pagamento da conta de energia em atraso, o que gerou multa. Mas o que houve foi uma clara perseguição política do conselheiro Flávio Conceição, que declarou que iria me ferir na veia jugular (no pescoço)”, disse.
“Eu não tenho nenhuma condenação, o que existe são processos ou procedimentos de análise, que é comum na administração pública”, concluiu.



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