“O meu projeto de governo será registrado em cartório para que vire compromisso”, declara Augusto Bezerra no Cabaré de quinta
O deputado estadual, pelo quarto mandato, Augusto Bezerra (DEM), foi o convidado desta semana do Cabaré de 5ª. O parlamentar é o forte pré-candidato da oposição à Prefeitura de Nossa Senhora do Socorro e promete desbancar o prefeito Fábio Henrique (PDT) que deseja a reeleição.
Augusto procurou responder às questões com uma grande cautela, para não ferir a legislação eleitoral e assim ser acusado de usar o espaço como campanha antecipada. Sempre estrategista, o pré-candidato quando sabatinado durante as duas horas e meia, ficou sempre em pé. “Trago um pouco em minha bagagem da experiência de professor durante 20 anos”, declarou. “Agradeço o rico espaço para falar dos meus projetos de governo para Socorro”, disse, abrindo desse modo, mais uma edição do Cabaré.
Por que ser prefeito?
Em Socorro, mesmo com a vantagem nas últimas eleições de 12 mil votos sobre o governador Marcelo Déda (PT), João Alves não possui um candidato a vereador e a prefeito lá. “Por isso, coloquei o meu nome como sugestão”, disse.
“Na verdade, o grande prefeito dessa cidade sempre foi João Alves Filho, com a construção de conjuntos, pontes, hospital, mutirão de casas e trouxe a água e a energia. Então, na nossa opinião, falta um candidato do DEM”, informou.
Desenvolvimento
“Socorro sempre foi a cidade que mais gerou empregos, é o segundo maior município em arrecadação, o segundo maior colégio eleitoral, mas ocupa o 41º lugar em gestão fiscal, atrás de muitas cidades menores. Por que não há investimentos? E temos os piores ônibus coletivos, temos um hospital fechado, praças abandonadas, uma saúde deficiente, etc”, disse.
João Alves Filho
“Apesar de ter voltado em José Carlos Machado e Eduardo Amorim, para o Senado, o meu líder político é João Alves. É ele que, ao lado de Maria do Carmo e Goretti Reis, estará no meu palanque. E, ainda com os líderes do PSDB”, disse feliz.
Subvenção
“Há um pacto entre os meus colegas de Assembléia em não divulgar as verbas destinadas às associações, times de futebol, organizações, que, por sua vez, prestam contas à Assembléia. Subvenção não é salário”, afirmou, enumerando todas que recebem, e que sobrevivem graças a esse auxílio. “As minhas estão no Portal da Transparência”, completou.
Ele disse também que para uma Associação conseguir subvenção precisa primeiro ser reconhecida de utilidade pública pela Assembléia Legislativa, ter CNPJ, contabilidade, além de outras exigências.
Oposição
“A oposição não é irresponsável, porque ela não só cobra, mas também pode fazer. Déda foi infeliz quando falou que nós cobramos porque sabe que nós não podemos fazer”, declarou.
“Eu cobro que o governo pague o piso dos professores, que os médicos e engenheiros possuam plano de carreira etc. Se o governo escutasse a oposição, com certeza faria melhor”, disse.
Lixo x Torre
“A Adema precisa entender que o legislativo é um poder transparente. E eu vou representar o povo de Socorro. Por exemplo, onde querem construir o aterro é um lugar inadequado, onde vivem famílias. Não é uma questão pessoal contra a Torre. Se quiserem construir um aterro de resíduos de construção civil, eu aplaudo”, disse, afirmando ainda que a Prefeitura de Socorro falta com o pagamento à empresa, o que fez com que ela demitisse dezenas de famílias na semana passada.
Proposta
“Não recebi nenhuma proposta de 500 mil reais para votar em determinado candidato para o Tribunal de Contas, porque deixo claro as minhas posições na Assembléia Legislativa, o que faz bloquear qualquer tentativa”, disse. “Acredito que não houve nenhuma espécie de proposta desse tipo para os demais colegas”, afirmou.
“Belivaldo Chagas, pré-candidato ao TC, é um homem de respeito, mas politicamente ele é o meu adversário. João Alves nos fez um pedido, que votássemos em um único candidato. Mas, antes de mais nada, o meu voto ainda é segredo”, disse.
Educação
“Defendo uma educação integral. As escolas têm que abrir aos sábados e domingos, envolvendo os pais com cursos profissionalizantes. Tem que haver teatros, quadras de esportes, biblioteca. Minha história foi pautada em educação, por isso falo com conhecimento de causa”, disse, falando, também, da valorização da educação e da cultura da nossa terra que deve chegar ao conhecimento da classe estudantil.
Campanha
“Em vez de fazerem promessas que não podem ser cumpridas, deveriam agir mais. Por isso, os meus projetos de governo serão registrados em cartório e assim se tornarão compromisso”, falou.
“Serei um amigo de Socorro e não um político de cargos. Sei que muitos afirmam isso, mas agem ao contrário. E eu morarei em Socorro, se Deus quiser”, afirmou.
“Quando a gente assume um compromisso, deve saber as receitas do município”, falando ainda dos contratos com a empresa responsável pelo concurso público, com a Torre e a Transul e da prioridade do concurso para dar dignidade ao profissional, e não haver contratações pela Multiserv”, completou.
“Socorro foi construída para ser uma das cidades da qualidade de vida, mas o que existe hoje é um abandono, sem estruturas”, disse.
Segurança
“Não podemos falar mal dos policiais. Mas faltam policiais nos postos”. Não podemos culpar o prefeito, mais ele precisa ir à procura da resolução. Temos, ainda, um batalhão na cidade que não funciona. O policial ganha bem, mas não há um quadro de horário funcional, fardamento”, disse.
Saúde
“Deve priorizar o programa de atenção básica no município de Socorro”, afirmou. “Hoje não nasce ninguém em Socorro, assim como em Lagarto onde as cirurgias no novo hospital não têm. Faltam insumos e materiais de todos os tipos nas unidades”, declarou.
Transporte
Socorro precisa de um transporte de ponta, o “Led sobre trilhos”, que não é metrô e nem é trem, mas que já existe um projeto. Socorro é servido com os piores ônibus, são ônibus velhos que são colocados pela SMTT, por falta de administração.
Fábio Henrique e Marcelo Déda
“O prefeito tem que apresentar as promessas que foram prometidas. Eu não vejo problema algum em não ser aliado politicamente de Déda. Até porque como governador só enviou para lá penitenciária, lixeira, IML...”, disse ironicamente.
Por Daniela Domingos