Por Daniela Domingos
Uma
das maiores marcas do Governo do Estado, quando se fala em
Planejamento, foi sem dúvida a divisão de Sergipe em oito territórios,
com características em comum. A partir daí, foi discutido o Plano
Plurianual com milhares de sergipanos e nasceu o Sergipe Cidades. E quem
esteve à frente dessa revolução de idealização foi Lúcia Falcón, quando
esteve secretária estadual do Planejamento, Habitação e Desenvolvimento
Urbano.
Todo
esse modo coerente de gerir serviu de vitrine para outros estados e fez
com que a convite da presidente Dilma Rousseff, a gestora respondesse
pela Secretaria Nacional de Planejamento e Investimentos Estratégicos,
do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, do Governo Federal.
No
último dia 7, Lúcia Falcón voltou ao Estado e reassume a pasta da
Secretaria de Desenvolvimento Urbano. E para discorrer dos investimentos
do governo, das obras, e qual a perspectiva para os próximos anos, ela
esteve presente à 51ª edição de NósnoCabaré.comConviados, encontro
realizados todas as quintas no bar Meu Buteco, na Avenida Tancredo
Neves, onde foi sabatina por cerca de duas horas. “Como gestora, eu
gosto de gente, de quem se aproxima do povo. Eu acredito na democracia e
no poder da imprensa”. Foram essas as palavras proferidas por Lúcia que
abriram o debate da noite de ontem.
Planejamento x desenvolvimento urbano
“Na
verdade a Secretaria do Desenvolvimento Urbano nasce da Secretaria de
Planejamento, mas com mais foco, com quatro pilares: território,
transporte, infraestrutura e habitação”, disse.
“No
nível do Governo Federal, no lado pessoal tive muitas felicidades, mas
não foi fácil ficar longe da família. Foi glorioso e composto de muitas
realizações, como coordenar uma equipe de três mil funcionários e
elaborar o PPA do Brasil. Já o lado profissional, foi ter formado a rede
de relacionamentos com diversos profissionais”, afirmou.
Mobilidade
“Quanto
à questão do transporte público, as questões já estão sendo relatadas
pela minha equipe. Em primeiro lugar, nós não iremos fazer nada sem
consultar à população; teremos um plano moderno com previsões do futuro
do Estado. Em segundo, esse plano não será meramente técnico, mas será
amparado pela lei. E, por último, será participativo, com o povo,
empresários e gestores públicos”, falou. “Que o transporte não seja o
impedimento para que o nosso território deixe de crescer, porque isso é
questão de cidadania”, completou.
Recursos do Governo Federal
Hoje
para que as verbas sejam liberadas se trabalha com editais, para os
recursos que se destinam às obras. Há a necessidade de que as
prefeituras estejam com a regularidade fiscal, para que se tenha êxito.
Também se necessita de uma equipe técnica eficiente, com um corpo
burocrático do bem, para que faça o município caminhar. Porque não há
propina para que as prefeituras recebam recursos, já que os editais
estão disponíveis na Internet e não são mais os parlamentares que vão à
procura da liberação de obras. Não existe um relacionamento interpessoal
com ninguém. O gestor se cadastra e sendo selecionado, é convidado para
apresentar o projeto e, após, ser finalmente aprovado, explicou.
Habitação
“Existem
os projetos para a construção de casas na Barra dos Coqueiros, Aracaju e
Nossa Senhora do Socorro há um ano e quatro meses. Quando pensamos no
investimento temos que pensar no conjunto, para ‘desfavelar’, como
aconteceu na Coroa do Meio há algum tempo e recentemente no bairro 17 de
Março”, informou, explicando ainda a questão do ‘Minha Casa, Minha
Vida’ quanto aos subsídios de acordo com a renda e a população.
Indagada
por um presente ao debate quanto à liberação das mais de 500 casas na
Barra dos Coqueiros, ela afirmou que as verbas estão disponíveis, o
projeto está pronto, as famílias estão cadastradas e o que falta é a
regularização fundiária do terreno para que se possa dar início à
construção.
“Temos
mais de 60 obras para serem inauguradas, mas que falta tempo na agenda
do governador Marcelo Déda. Poderemos ter um mutirão de inaugurações,
porque o povo precisa utilizar os serviços, entre escolas e delegacias”,
informou, acrescentando que “não se pode falar em cidadania enquanto
faltar uma casa com água encanada em Sergipe”, disse.
Deso
“Há
o conceito de que a instituição é a “joia da coroa”, porque gera lucro,
o que discordo. Para uma empresa isso é importante, mas vamos pensar no
potencial de desenvolvimento. Já que não poderemos falar com cidadania
sem água nas casas, com mananciais sujos de resíduos e sem uma rede de
esgoto. Precisamos sistematizar, pensando antecipadamente o problema.
Tenho apenas dois anos e meio pela frente, mas há muito que poderá ser
feito na universalização da água”, afirmou.
Canal de Xingó
“A
Codevasf tem um estudo base para ver o canal irá passar, pontuando
algumas questões como a captação de água, se poderá vim de Paulo de
Alfonso (BA), e de onde vem o investimento. Com esse canal, teremos o
potencial para dobrar o desenvolvimento do estado com a irrigação”,
informou em primeira mão.
Projetos
“Vamos
ser realistas para agora e para o futuro. Já estamos fazendo o
planejamento estratégico da Secretaria do Desenvolvimento Urbano: com os
projetos de moradia e também pensando em erradicar as casas de taipa na
Zona Rural; na questão do transporte, na água para todos e no
equilíbrio entre toda região metropolitana, disse.
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