O
que era para ser um debate de idéias e plano de governo com todos os
candidatos à Prefeitura de Aracaju, nesta quinta-feira, 27, se
transformou em apenas em uma exposição de um único candidato: Almeida Lima (PPS),
que aproveitou a oportunidade da ausência dos demais para fazer uma
análise do processo eleitoral da capital nessa reta final e no que tange
o papel da sociedade numa democracia. O palco para a defesa de sua
candidatura aconteceu na 58ª edição do NósnoCabaré.comConvidados, que
acontece no Bar Meu Boteco, todas as quintas-feiras localizado na
Avenida Tancredo Neves.
“Vejo
que o atual processo eleitoral deixará espaço para muitas avaliações e
não deixarei de questionar: estamos mesmo em campanha? O que a população
está discutindo? Qual a sua preocupação? O seu questionamento? Será que
essa campanha tem algum debate?”. Foram com esses questionamentos que
Almeida Lima abriu a noite de sabatina realizada por jornalistas e
comunidade em geral, mas não deixou claro se vai desistir da
candidatura.
“Eu
mesmo não sei qual é o plano de governo dos demais candidatos. A
sociedade não foi ouvida, eles não sabem qual a nossa demanda. De que
forma se pensa no coletivo? A sociedade se corrompe, e nós temos muito o
que evoluir povo e como gente”, analisou.
“Não
há reação de classe política, porque a população não reage. Não estão
sendo discutidas a ética, a moral pública e a falta de realização. A
sociedade exige uma situação honesta, mas não discute a competência do
candidato, nem a sua vida pregressa como gestor. Eu tentei discutir, mas
fui questionado de que estava falando mal dos adversários”, disse.
Discurso polêmico
“Eu
fiz um discurso, mas a sociedade não gostou, não fui muito aceito,
estou ciente disso. O que me indigna é essa classificação das pessoas: o
fato de um candidato ser ruim, torna o outro bom? O fato de Déda não
ter feito um bom governo torna João Alves bom?”, perguntou.
Sociedade civil organizada
“Estamos
vivendo em uma farsa, uma sociedade que não quer discutir a qualidade
dos políticos, silencia. A imprensa, a OAB e a Igreja são um “farol”,
norteiam, e agora não poderão reclamar depois. As entidades organizadas
precisam compreender porque as coisas não acontecem de forma retilínea e
linear”, orientou.
Plano de governo
“Eu
só conheço um plano de governo, não existe o de Valadares e nem o de
João, nem nos registros do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). O que está
acontecendo nesta atual campanha irá servir mais tarde como análise”,
informou.
Personalidade polêmica
“Sou
inquieto, polêmico, porque não concordo com tudo que impõem, porque eu
vejo tudo. Eu procurei passar isso com um discurso novo, mas
infelizmente não funcionou. Contudo, não passa pelos meus planos
desistir da vida pública, apesar de hoje eleitoralmente já estar
derrotado”, declarou.
“Se
eu deixar a eleição, eu não apoiarei ninguém porque não quero ser
responsável pelo que irá acontecer na gestão. Saio sem nenhuma mágoa e
nenhum ressentimento”, disse.
Modelo de gestão
“Os
gestores precisam entender que a cidade precisa ser gerida como um
todo, e não apenas para bairros nobres. Sabemos que nem sempre os
recursos são suficientes para tudo, mas em uma gestão de quatro anos, a
cidade ficaria um brinco comigo, na parte das obras e na economia”,
concluiu.
Por Daniela Domingos
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