domingo, 19 de agosto de 2012

Vamos ignorar a Lei de Responsabilidade Fiscal e vamos criar a Lei de Responsabilidade Social

Do que adianta o Estado ser obrigado a cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e não cumprir os deveres da Constituição, que é o de assegurar os direitos básicos ao cidadão, como saúde e educação? Não há preocupação com o povo. Por isso, não vamos respeitar a LRF, mas criar a Lei de Responsabilidade Social.

Foi o que disse na noite de ontem, a candidata a prefeita de Aracaju pelo PSTU, Vera Lúcia, a segunda entrevista da rodada de entrevistas do Cabaré de Quinta, em sua 55º edição de NósnoCabaré.comConvidados, evento que acontece todas as quintas-feiras, no bar Meu Buteco, na avenida Tancredo Neves. Ela foi acompanhada pelo vice-prefeito, Vinícius Oliveira e respondeu questões durante mais de duas horas, sendo aplaudida diversas vezes pelos seus fiéis seguidores.
 
Composta pelos partidos PSTU/PSOL/PCB, a coligação de Vera Lúcia é intitulada ‘Frente de Esquerda - Aracaju nas mãos do povo’. Para ela, “a cidade será governada pelos trabalhadores e para os trabalhadores e o povo em geral, os que realmente mais precisam do poder público. “A nossa campanha está sendo financiada exclusivamente pelos trabalhadores. Sem compra de votos, por que tem maior afronta para o candidato ser eleito comprando votos? Qual a garantia de assistência que as pessoas que aceitam isso podem cobrar?”, alfinetou.

Zona de Expansão
Toda a área da zona de expansão aracajuana foi construída sem qualquer infra-estrutura. Não possui transporte público eficaz, creches, escolas e praças. Precisa-se repensar o modelo de cidade, já que algumas pessoas parecem morar em verdadeiros resorts, isolados, que denominam condomínios.

O que foi que aconteceu com o Bairro 17 de Março? É um aglomerado de casas, sem serviços públicos. Todas essas pessoas que moram no Santa Maria e Coqueiral não podem ser lembrados apenas em tempos de eleição. E a aplicação de recursos públicos não pode ser apenas para os bairros nobres, disse.
Mobilidade Urbana
 
A população aracajuana merece um serviço de transporte público de qualidade, com mais ônibus servindo à população. Temos passagens caras, os abrigos que não protegem ninguém da chuva e nem do sol, os ônibus são insuficientes e em péssimo estado, e há a demora no tempo de espera. Por isso afirmo que a mobilidade urbana é um dos maiores gargalos; mas para resolver o problema, precisamos resolver a sua causa, que é um transporte de qualidade, e assim que chegarmos na Prefeitura vamos aumentar o número de ônibus.
Também defendo a legalização dos táxis tipo lotação e dos mototaxistas, e o passe-livre para os desempregados. É preciso sair da esfera particular e pensar no público. João Alves, Almeida Lima, Valadares, Edvaldo Nogueira e Marcelo Déda não andam de ônibus e não têm como discutir um transporte público eficiente. Quem de vocês viu esses candidatos preocupados em garantir ônibus de qualidade?, questionou. O que é viver bem na cidade? Nós precisamos fazer uma engenharia no trânsito para ser utilizada pela população e um desses pilares é o transporte público, declarou. Defendo, ainda, uma educação no trânsito, por isso não teremos ‘pardais’, apenas redutores de velocidade onde forem mesmo necessários, avisou.

LRF
Do que adianta o Estado ser obrigado a cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e não cumprir os deveres da Constituição, que é o de assegurar os direitos básicos ao cidadão, como saúde e educação? Não há preocupação com o povo, afirmou.
Também temos que acabar com a farra dos comissionados e dos terceirizados na administração pública. A corrupção no Brasil tem início nos períodos eleitorais, nos sistemas de troca de apoio político pelos empresários, e depois utiliza o Estado para satisfazer os interesses dos mesmos, disse.
Saúde
A primeira medida para a saúde é um serviço de qualidade, com profissionais que sejam respeitados. Também carecem aqui em Aracaju de um hospital de urgência e emergência, uma casa de parto, e de atenção à saúde da mulher, que hoje esperam longos meses para serem atendidas por um especialista, protestou.
Não podemos questionar ou selecionar quem vai à procura do SUS em Aracaju pelos que têm plano de saúde ou que vêm de outras cidades e até dos outros estados. Por outro lado, temos que acabar com a ilusão de que o pago é melhor. O que é público é bom sim, por isso existe a procura pelos serviços.
O Hospital de Urgências de Sergipe (Huse) parece um hospital de guerra e os candidatos precisam visitá-lo e utilizá-lo. Mas as pessoas que conhecem a realidade não podem dar o voto a esses políticos responsáveis pelo hospital.
Luta dos trabalhadores
 
Os trabalhadores precisam sim de uma luta organizada, que não precisa ser somente em época de eleições e de candidaturas. São eles que mais utilizam o serviço público e é justo que eles lutem por melhores condições, porque muitos estão em certas situações, não por escolha, mas por necessidade. As pessoas precisam sobreviver com dignidade”, disse.
PT
 
Descrente dos partidos chamados de esquerda, com exceção do PSTU, PSOL e PCB, Vera disse acreditar que foi em 2000 que o Partido dos Trabalhadores (PT) deixou de ser de esquerda, quando passou a atender os desejos da burguesia e governar para ela. O PSTU e o PSOL tinham lutado junto a ele por uma sociedade que tivéssemos as mesmas condições de igualdade com dignidade, lembrou.
Na nossa administração não terão os privilégios dos cargos comissionados e dos donos das empreiteiras. Porque o que nos move é luta dos trabalhadores.

Educação
Os pais e alunos precisam de escolas públicas de qualidade, em sua infra-estrutura, mas também deve haver a sobrevivência dos professores com o pagamento do piso salarial. O que eu vejo é que é interesse da classe dominante que mantenha a população na ignorância, disse, afirmando que ela mesma, seus filhos e sua neta são frutos do ensino público. Quando tivermos uma escola pública de qualidade, acabará com a comercialização do ensino”, concluiu.
 

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

"Quem tem 'rabo' preso não pode sair candidato"

 
“Não pensem que sou o melhor, apenas sou diferente e quem tem que julgar é o eleitor”. Foi com essa frase que o candidato a prefeito de Aracaju pela terceira vez, o deputado federal Almeida Lima (PPS), abriu na noite de ontem, a rodada de entrevistas do Cabaré de Quinta, evento que acontece todas as quintas-feiras, no bar Meu Buteco, na Avenida Tancredo Neves.
 
Em sua 54º edição de NósnoCabaré.comConvidados, Almeida foi o primeiro dos cinco candidatos a prefeito de Aracaju a ser sabatino por jornalistas e a comunidade sobre o seu programa de governo para o Município de Aracaju
 
Por mais de duas horas o candidato expos o seu programa de governo e detonou os seus adversários, não poupando o governador Marcelo Déda (PT) e o senador Antônio Carlos Valadares (PSB). “E eu poderia até dizer: antes só do que mal acompanhado”, disse o candidato ao ser questionado o por quê de não existirem partidos coligados a sua chapa, ao contrario do que aconteceu em 2008. “Quem tem rabo preso não deveria ser candidato”, disse.
Deputado Federal

"Apesar de estar muito bem no congresso como parlamentar, não dá para continuar lá vendo Aracaju maltratada, comandada por empreiteiros da construção civil. O plano de governo dos meus adversários nos decepcionam com a continuidade", exemplificou com diversas matérias negativas que saíram em veículos de comunicação em nível nacional ao longo de 20 anos, com projetos megalomaníacos dos seus adversários. "Alguém merece isso?", questionou.
O ontem

"O passado de um candidato deve ser levado em consideração sim, porque incomoda. E quem tem rabo preso não pode sair candidato. Observem meu histórico e vejam se eu tenho a Polícia Federal prendendo membros da minha família e assessores. Eu mesmo não respondo a nenhum processo. Mas o que a sociedade entende que é o melhor? Eu entendo que o que define o melhor político é o seu programa de governo viável", disse.

Saúde

"A saúde tem recursos, mas o dinheiro é desviado pelo ralo da corrupção. E ela terá ainda mais fontes, quando a saúde poder oferecer os seus próprios serviços e não precisar contratar terceirizados de exames, por exemplo. O que acontece é que o gestor transformou a pasta em uma secretaria de obras, construindo postos, mas sem médicos e remédios", opinou.

Mobilidade Urbana

"Construir viadutos não são prioridades no meu governo, porque existem outras alternativas, como as rotatórias e diminuição de semáforos", disse, apresentando o mapa imaginário de Aracaju com o desafogamento do trânsito, na sua visão. Serão construídas novas vias, e o Centro será revitalizado, com a construção de estacionamentos, entre outros projetos para trazer de volta a tranquilidade ao aracajuano", discorreu.
Comissionados

"Eleito prefeito, irei diminuir pela metade a quantidade das secretarias municipais e, por sua vez, de comissionados. Será o servidor efetivo que terá que realizar o serviço. Isso é que é bom: sair para a disputa eleitoral sem agrupamento: não precisei 'fatiar' a prefeitura após, ofertando cargos a quem ajudou a me eleger", polemizou.
Ele também assegurou que sendo eleito prefeito vai acabar com os secretários adjuntos e com os subsecretários, por entender que são cargos que não contribuem em nada com a administração publica.

Eleições

"No dia 7 de outubro, o cidadão irá tomar uma decisão da qual cidade que ele quer. Até porque não existe diferença entre João Alves, Marcelo Déda e Valadares Filho. O erro está sendo meu por ainda não conseguir mostrar à população uma regra de três tão simples", afirmou.
"Eu não sou o melhor e nem o pior, sou diferente, e quem tem que julgar quem sou são vocês. Eu trago fatos e não tenho culpa de que incomodo os dedistas, valadaristas e demistas. Também não posso medir minha estatura pela deles, estaria me igualando", desafiou.

Mágoa de João e Educação

Questionado sobre a sua maior mágoa de João Alves, o mesmo falou que teve início em 2002, quando ele foi eleito ao seu lado como senador. "Não é uma questão pessoal. Ele disse que seria a renovação e não foi. E observem: a educação pública em Sergipe começou a desandar a partir do momento em que ele foi governador, com professores que começaram a ser violentados. Eu saí do governo da situação, com João, e fui para oposição, porque não concordava com ele", explicou.

"E depois vem o governador Déda e pisa na classe, não pagando o piso. Vamos comparar os governos: quantas escolas foram construídas ao longo desse tempo?", questionou. "Educação para mim foi, é e sempre será prioridade", declarou.
"Não podemos esquecer alguns episódios da história aracajuana, e um deles foi a retirada de comerciantes ambulantes do Centro com jatos de água, para que fossem 'exilados' na cidade pernambucana de Garanhuns. Também a transformação da Terra Dura em um depósito de moradores de rua", disse.

Rivando Gois

O seu candidato a vice-prefeito trouxe uma mensagem aos presentes falando da sua trajetória política no Partido dos Trabalhadores (PT). "Saí do grupo porque me senti traído. Os sonhos plantados por Déda inicialmente também não foram respeitados por ele mesmo, o que fez constranger os seus aliados. Eu precisava de uma ideologia nova, por isso fui caminhar ao lado de Almeida Lima", declarou.

Meio Ambiente

"O que precisa ser feito é recuperar o meio ambiente em Aracaju. Observem como os recursos naturais dos bairros Coroa do Meio e Treze de Julho foram destruídos. Até a construção de uma rodovia às margens da Praia de Aruana foi feita sem respeitar as condições, totalmente sem acostamento e encontra-se com um quilômetro dela já destruído", disse, apresentando mais uma vez imagens fotográficas das regiões citadas.
"Não irei construir o aterro sanitário, porque entendo que o lixo pode ser reaproveitado, seja para a geração de energia ou para a reciclagem". "Quanto à zona de expansão, acredito que deve haver um freio de seis meses para que se possam ser construídos novas residências, visto que não está existindo planejamento", opinou.

Turismo

"Não há necessidade de um governo ir em busca de outros empresários de fora, para incentivar a construção de hotéis aqui em Sergipe. O que tem que acontecer é uma política de incentivo no Estado para os que queiram se instalar aqui. Um desses incentivos é sediar eventos nacionais, sem a cobrança de taxas, para atrair turistas que aqui venham a serviço", disse.

 
 
 

"FHC queria fundir o Banco do Nordeste com outros bancos"



A expectativa que existia no governo de Fernando Henrique Cardoso era de uma possível junção do Banco do Nordeste com outros bancos, possibilidade que não foi e nem será aceito por ser o BNB um instrumento importante para o desenvolvimento da região Nordeste.

O Banco saiu de investimentos da ordem de R$ 1,2 bilhão em 2002 para cerca de R$ 22 bilhões em 2012, na região Nordeste que hoje não é mais problema para o Brasil, mas uma solução e devemos ter cuidado para que não haja um foço dentro da própria região.

As declarações foram feitas ontem, pelo superintendente do Banco do Nordeste em Sergipe, Antônio Cesar de Santana, durante entrevista na 53ª edição de NósnoCabaré.comConvidados, encontro realizado todas as quintas-feiras no bar Meu Buteco, na avenida Tancredo Neves, quando foi sabatinado por cerca de duas horas.   

Fusão

O tratamento que é dado hoje ao banco é totalmente diferente do tratamento que era dado pelo então presidente FHC que pretendia fundir o Banco. Os recursos não chegavam ao produtor e nem aos empresários. O tratamento para os agentes produtivos era inadequado para o fomento e não houve aumento nas ações do banco.

O BNB é um instrumento importante para o desenvolvimento da região e essa visão foi percebida pelo governo Lula e Dilma. Em 2002 o volume de recursos foi de ordem de R$ 1,2 bilhão, já a estimativa para 2012 é da ordem de R$ 22 bilhões na região Nordeste, que hoje não é mais problema para o País, mas uma solução, onde devemos ter cuidado para que não haja um foço dentro da própria região, adverte Antônio Cesar.

Recursos

O Banco do Nordeste foi o banco que mais aportou recursos no estado, atendendo os três setores: primário, secundário e terciário, como também recursos para o capital de giro, tanto a longo como a curto prazo.

Em 2011 foram carca de R$ 969 milhões, de uma estimativa da ordem de R$ 1 bilhão. Em 2012 o volume de recursos será cerca de 20% a mais, devendo chegar em torno de R$ 1,2 bilhão devido ao aporte de indústrias no estado. No seguimento do milho o volume de recursos foi da ordem de R$ 50 milhões.

O microcrédito urbano deve aportar cerca de R$ 100 milhões, considerando o investimento rural e urbano.

Investimentos

Em 2012 para os 11 estados atendidos pelo Banco devemos aportar cerca de R$ 25 bilhões, como também até 2013 mais 25 agências devem ser abertas em Sergipe em municípios com mais de 50 habitantes.

Associativismo

Existe falta de associativismo, que ao invés do agricultor pensar no conjunto, ele pensa somente em si. Falta organização, para que se possa ter assistência técnica, seja pública ou privada, como também as prefeituras cumprirem a lei que obriga que os gestores públicos adquiram 30% da produção rural familiar para incrementar a merenda escolar. “Será que os pequenos produtores sabem disse”, questiona Antônio Cesar, acrescentando que o cumprimento dessa lei escoaria a produção.

Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf)

“É segmentado por áreas, de acordo com as categorias de renda do agricultor. Temos vários financiamentos para os produtores familiares que não possuem emprego na cidade. Eles podem até ter um emprego informal dentro do seu povoado, mas tem que ser em seu aglomerado rural”.

Já o FNE deve aportar cerca de R$ 4 bilhões e a disponibilidade do banco são da ordem de R$ 11 bilhões.

Vocação

“Precisamos observar a vocação de cada município, além de possuir uma reserva estratégica para o período de estiagem, para melhor ser explorado pelos produtores da região, porque se não for observado essa vontade, o agricultor terá dificuldade em reembolsar o financiamento. Em Itabaiana, está sendo estruturado um distrito industrial com o apoio do Banco do Nordeste. Nós olhamos para todos dos setores: primário, secundário e terciário”.

Projetos

“Por que o banco não elabora o projeto do cliente? Os projetos não são nossos, mas do cliente. O nosso papel é analisar o seu aspecto técnico, teoria, vocação e interesse. Também não possuímos linhas de doação, mas de fomentação de negócios. Somos uma instituição financeira que possui mais de quatro milhões de reais disponíveis para projetos. Somos o amigo do produtor”.

O Banco já atendeu nos últimos 15 dias cerca de 200 famílias que foram atingidas pela estiagem disponibilizando recursos da ordem de 1 milhão de reais, dos 4 milhões disponíveis.

“Os sergipanos são os melhores pagadores de suas dívidas, sejam os pequenos ou os grandes comerciantes. E são os menores que têm o seu papel de propagadores, apesar dos maiores terem seu papel de destaque”.

BNDES x BNB

“A diferença entre O BNDES e o BNB é que o primeiro não é multiplicador, não tem agências espalhadas, apesar de financiar obras, mas não atinge todos os clientes, apenas os grandes. É também de fomento de negócios, mas você, por exemplo, não pode abrir uma conta corrente. Ele atende toda a nação, e nós apenas os Estados que vão do Maranhão até o Espírito Santo”.

Publicidade

“Nos últimos anos, temos uma busca muito grande de financiamentos e temos que mostrar sempre os nossos resultados e, por isso, sempre apresentamos nos finais de ano nossas ações. Estamos à procura de lucros sim, mas a nossa maior preocupação é com a transformação social e econômica das pessoas, na geração de emprego e renda”.

Crise

Em 2008 se não fosse os bancos oficiais a situação seria totalmente diferente da que temos hoje, porque os bancos privados trancaram os recursos e ficaram esperando o que iria acontecer.

“A Caixa Econômica Federal injetou mais de quatro bilhões de reais na economia sergipana”.

*Por Daniela Domingos





“A Caixa teve um crescimento extraordinário nos últimos anos, com créditos à pessoa física e jurídica e a injeção de aproximadamente R$ 4 bilhões na economia sergipana no último ano. Anteriormente, no governo de Fernando Henrique Cardoso, passamos por uma profunda crise, com dificuldades enormes, e com riscos do banco ser privatizado”.

A declaração foi o que disse na noite de ontem, pelo superintendente da Caixa Econômica Federal, Luciano Pimentel, durante entrevista na 53ª edição de NósnoCabaré.comConvidados, encontro realizado todas as quintas-feiras no bar Meu Buteco, na avenida Tancredo Neves, quando foi sabatinado por creca de duas horas.


CEF e o social


Segundo Luciano, tudo isso mudou a partir do governo de Lula, com a efetivação de políticas públicas, créditos comerciais empresariais e pessoais, uma política habitacional com a construção de mais de um milhão de unidades habitacionais com recursos para municípios, injeção de recursos financeiros, sem contar os programas sociais para geração de emprego e renda. Além disso, a Caixa foi o banco que mais fomentou a economia, apesar da crise financeira de 2008. Somos parâmetros para outras instituições nas taxas de juros, que são os menores”.



Poupança


Não há nada melhor para aplicar o dinheiro do que na caderneta de poupança, o que tem atraído até grandes investidores que estão migrando para essa forma de aplicação financeira. São esses os pontos de retorno: a rentabilidade e isenção de imposto de renda. Apesar da taxa de correção e atualização da poupança ser baixa, oferece uma rentabilidade alta para o pequeno e médio poupador.


PAR


A Caixa é responsável pelo programa, mas não sob as administrações de condomínio, que passam por processo de licitação para gerenciarem. Luciano assegura que as pessoas que estão infringindo as regras são notificadas para que elas prestem esclarecimentos à Justiça Federal.


Minha Casa, Minha Vida


Com relação ao programa Minha casa Minha vida, existem duas divisões do programa: o primeiro é para atender àquelas pessoas com a construção de casas e financiamento de acordo com a renda mensal. Duas regras são fundamentais para ser beneficiado: ser mulher, estar no Cadastro Único da Família e inserida no Conselho de Assistência Familiar. Havendo inadimplência, o imóvel é repassado para outro cadastrado.
Outra faixa de programa é com os recursos do FGTS que oferece subsídios financeiros de até 17 mil reais, de acordo com a renda familiar, para a compra de imóveis novos, desde que atenda os requisitos.


Venda casada


Luciano negou que exista venda casa. Segundo ele, a Caixa disponibiliza os produtos do banco, mas não existe nenhuma amarração. “Temos um pacote de serviços que oferecemos atrelado aos benefícios para os futuros financiadores”.


Lei dos 15 minutos e novas agências


Há um esforço muito grande internamente para poder propiciar ao cidadão a melhoria no seu atendimento, principalmente no seu tempo de espera, disse Luciano, acrescentando que a Caixa está priorizando a abertura de novas, e desse modo poder atender toda a população, multiplicando as agências menores. Antes eram apenas 18 agências em Sergipe, hoje já são 25 e a meta são 52.


Financiamento


Com relação aos financiamentos, segundo ele, é preciso alinhar o papel da Caixa, que não constrói, apenas financia. “Nós não compramos um terreno e edificamos algo. O que acontece é que recebemos de uma construtora um projeto, avaliamos, analisamos se temos recursos e após isso financiamos”.


Barra dos Coqueiros


Luciano revelou que, através da doação de um terreno pelos empresários do empreendimento Alpahville, serão construídas mais de 500 casas vizinho ao empreendimento através do programa Minha Casa Minha Vida.


Serão mais de 500 casas na Barra dos Coqueiros através do Minha Casa Minha Vida, através da doação de um terreno doado pelo empresário que irá construir o Alphaville na região. Portanto, o município receberá o maior empreendimento do programa do estado, pela sua localização, próximo ao condomínio de luxo, onde as pessoas cadastradas receberam o seu imóvel.
“Nós cadastramos as pessoas para receberem os seus imóveis”.


Municípios


A Caixa transfere os recursos para municípios, frutos de emendas parlamentares ou do governo federal. Recebemos a informação, verificamos se município está regular para receber o dinheiro, após recebemos o projeto da prefeitura e autorizamos a licitação. O papel da CEF é atestar o início da obra e liberamos os recursos aos poucos, de acordo com o andamento da execução.

Não há atraso dos convênios com a Caixa, há o processo de liberação do financiamento, que só acontece aos poucos. O que muitas vezes acontece é a empresa que ganhou a licitação não possuir condições de executar pelo preço que ela mesma afirmou no projeto, e aí acontece uma nova licitação. Existem também algumas empresas, a fim de terminar logo o serviço, adiantam a execução com os seus próprios recursos para não pararem a obra.

“O PSB terá a sua candidatura própria, independente de Rogério Carvalho (PT) sair candidato ou não”


 *Por Daniela Domingos

"Valadares Filho é pré-candidato, sim, a prefeito de Aracaju; não é uma questão de bater chapa, mas é o nosso partido que mantém a simpatia com todos os demais grupos. O PSB não irá fazer um jogo de debates, esperaremos chegar o dia 30 de junho, quando se dará o apogeu, e conheceremos o candidato do nosso grupo. Contudo, o PSB terá a sua candidatura própria, independente se Rogério Carvalho (pré-candidato pelo PT) sair candidato ou não”.

A declaração foi feito pelo presidente do diretório municipal do PSB e secretário de Estado do Turismo, Elber Batalha, na noite de ontem, durante 52ª edição de NósnoCabaré.comConvidados, encontro realizado todas as quintas-feiras no bar Meu Buteco, na avenida Tancredo Neves, quando foi sabatinado por creca de duas horas.
Elber disse também que o partido não dispensa apoio politico, desde que seja incondicional. “O que faremos é não transformar essa disputa política para ser o candidato do grupo em uma briga agressiva”, avisou.
Por ser secretário de Turismo do Estado, Elber não se limitou a falar somente de turismo. Uma política apimentada também foi amplamente discutida, difundindo o nome do principal pré-candidato a prefeito da capital do seu partido, o deputado federal Valadares Filho, partido do qual é presidente do diretório municipal.


Edvaldo Nogueira

Ao ser questionado se é um dos principais cabos eleitorais da candidatura de Valadares, “ele é cabo, sargento, tenente, coronel, ele é tudo que ele quiser”, disse Elber, acrescentando ser Edvaldo é um forte cabo eleitoral do PSB. “E o admiro como gestor pela sua administração técnica e eficiente na resolutividade, embora existam os sistemas politizados, como o de trânsito, que precisam de novos parâmetros, para que possa ser resolvido. Edvaldo, como todos os candidatos de esquerda, são importantes do ponto de vista eleitoral”.


Como gestor


“Fico muito feliz em seguir uma trajetória parecida como o do meu pai e do meu avô na política, mas agora estou licenciado como vereador, aceitando novos desafios. E também estou feliz por Sergipe estar consolidado no espaço nacional com os melhores índices no ramo hotel e com grandes operadoras de turismo. Segundo a CVC, o destino do nosso Estado cresceu 35% em vendas de pacotes no último ano - foram mais de quatro mil pacotes de viagem para Sergipe. Tudo isso fruto de um processo gradativo de incentivo ao turismo do nosso estado”, afirmou.

“Há tempos que não viam tantas propagandas para visitar os municípios de Sergipe, graças às obras estruturantes do Governo, como estradas, pontes e a Rota do Sertão, caminho para Canindé do São Francisco e a Xingó. É a primeira vez que Sergipe bate todos os recordes também na empregabilidade no setor turístico. O nosso desejo é que Aracaju ocupe o seu espaço definitivo, junto as suas capitais vizinhas, Salvador, Maceió e Recife”.


Ponte


Quando a ponte Aracaju - Barra dos Coqueiros foi construída não foi pensado empiricamente, do modo de como o turismo iria funcionar, não se pensou como um todo, com um trabalho técnico e profissionalizante, com investimentos pautados pelo estudo. O mundo de hoje pensa o turismo como solução dos problemas econômicos pela geração de renda”, enfatizou.

“Agora por que não se investe na Barra dos Coqueiros e nem no litoral norte? O Governo do Estado tem feito investimentos, mas não queremos queimar o turismo de Sergipe enviando quem vem de fora para onde não se tem qualidade em estrutura para atender um público seletivo.

Para Elber, é necessário que se tenha uma ação no que se refere aos bares da Praia da Costa, porque, do jeito que tá não dá para levar turismo para aquele local. “Se aquela situação fosse em Aracaju o Ministério Publico Federal já tinha tomado uma providência”, frisou.
Iniciativa privada
“A rede hoteleira não está fracassada”, disse citando o grande investimento de empresários na capital aracajuana. “Sergipe vive o seu melhor momento. Um bom exemplo foi a instalação da comitiva da Presidência da República, em vários hotéis, porque não tinha vaga para acomodar toda a comitiva em um único hotel”, disse.

“Os bancos internacionais a exemplo do Bird,  Banco Mundial, por sua vez, não financiam aquilo que não dá retorno social à população, por isso que é difícil conseguir alguns investimentos como para a construção de Centro de Convenções em Sergipe, acoplado a um pavilhão de exposições e um estádio de futebol. Então, sem o financiamento deixamos de atender o turismo de negócio”, afirmou.

Segundo o secretário, os financiamentos só são liberados quando se consegue comprovar que por trás desses investimentos tem retorno social, geração de emprego e renda e uma mudança de contexto no local onde está sendo feito o empreendimento. Ele disse também que o conceito de grandes Resorts, a exemplo da Costa do Sauipe, na Bahia, está acabando, e o exemplo disso é que hoje Resort que custou cerca de um bilhão de dólares na sua construção está sendo colocado a venda por cerca de R$ 70 milhões.


Turismo Gay


A Secretaria Estadual de Turismo apoia o turismo GLBT, apesar de esse processo ter que acontecer gradativamente, para não assustar a sociedade. Até porque é uma tendência, já que existem redes de hotéis especializados em atender este público. É um publico que tem tido uma atenção especial dos grandes centros por se um público de classe media, media alta que gasta, mas que é exigente.


Mercado Municipal

Para uma das maiores obras de Aracaju, que se encontra hoje um pouco abandonada, o secretário de Turismo declarou que existem projetos para acabar com os problemas decorrentes. Mas quando se constrói obras grandes, tem que se pensar em um gestor que tenha visão de empreender, para poder gerir melhor o negócio. Temos restaurantes no Mercado, de uma culinária sofisticadíssima, o que precisa é de investimentos, declarou.


Burocracia
Quando se fala em gerir a algo pronto é complexo, o que faz com que os servidores públicos fiquem travados por questões burocráticas de licitação, por isso que sempre atrasam as obras para serem inauguradas, disse, citando diversos exemplos cômicos, que ficam demoram meses até conseguirem preencher pré-requisitos inviáveis.

Um desses casos segundo o secretário foi a descoberta de um prego da década de cinquenta durante a restauração da parte interna do Cacique Chá, e o Ministério do Turismo exigiu três orçamento para a compra do prego, o que levou mais de dois meses para se conseguir os orçamentos porque a principio só tínhamos conhecimento de que só existia uma fabrica. São fatos como esse que muitas vezes atrasa obras e a população culpa os gestores.

"SERGIPE NÃO REALIZA TRANSPLANTES RENAIS DESDE JANEIRO", DISSE O PROMOTOR DA SAÚDE, FÁBIO VIEGAS NO CABARé DE QUINTA


 Por Daniela Domingos
 
Um dos maiores problemas da população seja ela carente ou não, são os serviços ofertados pela saúde. Já que todos nós, independente da condição social e financeira, acabamos sendo diretamente afetados. De uma coisa é certa: ela tem que funcionar - embora o seu sistema esteja longe de ser caracterizado como “ideal”. E, então, a pergunta que não quer calar é: de quem é a culpa? Dos gestores públicos ou do sistema como um todo?

Para responder essas questões pertinentes, o atual promotor de Justiça dos Direitos à Saúde, Fabio Viegas, foi o convidado da 50ª edição de NósnoCabaré.comConvidados, encontro realizado todas as quintas no bar Meu Buteco, na Avenida Tancredo Neves, quando passou por uma dura sabatina dos frequentadores do Cabaré que queriam saber: “Por que a saúde só funciona através do Ministério Público?”. Com a palavra, o senhor promotor de justiça.

Após relatar a sua trajetória profissional, que começou em 1998, com a sua aprovação no concurso público para a Promotoria Estadual de Justiça e passando por diversas cidades, Fábio Viegas, respondeu as perguntas uma a uma categoricamente, esclarecendo as dúvidas jurídicas com exemplificação de casos reais de intervenções que aconteceram em Sergipe relacionadas à saúde.
O Ministério Público

“Em primeiro lugar, tudo o que o MP faz é em comprometimento com a lei, mesmo que haja desagrado com o poder público. O problema com a saúde pública não vem de hoje, já que muitos gestores não cumprem o acordado. Eu mesmo travo lutas pessoais diárias para os casos urgentes de vida ou morte para pacientes, em que é preciso estabelecer multas diárias pessoais para os prefeitos para que os problemas sejam resolvidos. Mas o melhor disso tudo, é que todos estão cada vez mais abertos ao diálogo”, explicou.

“O intuito não é fazer pautas diárias para a imprensa, porque temos um dever de cobrar a qualidade do serviço de saúde à população de Sergipe, que apesar dos investimentos de milhões de reais, faltam ainda comprometimento, gestão e boa remuneração para os profissionais. Sergipe vive, nesse sentido, uma situação muito complicada. Precisamos discutir a saúde pública na visão da justiça”, enfatizou.

“A saúde hoje enfrenta desafios e eu já me deparei com inúmeros processos que tramitam na justiça, e percebo que muito pode ser feito. O papel do judiciário é fiscalizar, e o executivo o de realizar, tudo garantido pela constituição de 1988, que nos deu vários direitos”, disse.

“Sei que a fundação hospitalar veio para melhorar, mas também por conta de vários procedimentos instaurados, temos, por exemplo, médicos no interior sergipano que possuem uma carga-horária elevada, por acumular plantões em diversas instituições, e não dão conta. E existem ainda os que não cumprem horário estabelecido. Queremos que os profissionais ganhem bem, mas também trabalhem bem. Sabemos que uma grande parte é comprometida e que querem ver os serviços funcionarem”, opinou.
 
 
A população

“Por sua vez, as pessoas estão procurando mais os órgãos de controle social e a imprensa, para procurarem os seus direitos e reclamar os serviços. Temos um MP que não é só para acusar, mas que tem sensibilidade para ver as dificuldades da população e também do limite prudencial do gestor, porque cada município tem a sua demarcação, mas há muito que pode ser feito”, afirmou, acrescentando categoricamente que em nenhuma cidade do Estado a saúde está funcionando de maneira ideal.

“A sociedade nos paga para ter o equilíbrio, entre o povo e a lei, e ainda temos que filtrar as denúncias. Hoje, por exemplo, um fato inadmissível é que desde janeiro os sergipanos não podem contar com transplantes renais”, falou, apresentando uma lista do ajuizamento de diversas ações na capital. “Não é bom ser gestor de saúde, porque a fiscalização é intensa. É complexo em qualquer esfera e ainda existem os problemas que não podem ficar perdurando por muito tempo”, acrescentou.

Planejamento

“Assim como o Judiciário, deve haver planejamento para a classe médica que trabalha no interior, ou seja, organização, e resolver os problemas. O Ministério Público sempre está aberto ao diálogo. Sei do valor dos profissionais, que estes, por sua vez, devem respeito à sociedade”, afirmou. “Diante da grande complexidade, todos os dias quando eu acordo, eu penso ao me dirigir ao trabalho: ‘Meu Deus, o que me espera hoje?’, porque antes de tudo temos uma saúde politizada”, concluiu.