“Não
pensem que sou o melhor, apenas sou diferente e quem tem que julgar é o
eleitor”. Foi com essa frase que o candidato a prefeito de Aracaju pela
terceira vez, o deputado federal Almeida Lima (PPS), abriu na
noite de ontem, a rodada de entrevistas do Cabaré de Quinta, evento que
acontece todas as quintas-feiras, no bar Meu Buteco, na Avenida Tancredo
Neves.
Em sua 54º edição de NósnoCabaré.comConvidados,
Almeida foi o primeiro dos cinco candidatos a prefeito de Aracaju a ser
sabatino por jornalistas e a comunidade sobre o seu programa de governo
para o Município de Aracaju
Por
mais de duas horas o candidato expos o seu programa de governo e detonou
os seus adversários, não poupando o governador Marcelo Déda (PT) e o
senador Antônio Carlos Valadares (PSB). “E eu poderia até dizer: antes
só do que mal acompanhado”, disse o candidato ao ser questionado o por
quê de não existirem partidos coligados a sua chapa, ao contrario do que
aconteceu em 2008. “Quem tem rabo preso não deveria ser candidato”,
disse.
Deputado Federal
"Apesar
de estar muito bem no congresso como parlamentar, não dá para continuar
lá vendo Aracaju maltratada, comandada por empreiteiros da construção
civil. O plano de governo dos meus adversários nos decepcionam com a
continuidade", exemplificou com diversas matérias negativas que saíram
em veículos de comunicação em nível nacional ao longo de 20 anos, com
projetos megalomaníacos dos seus adversários. "Alguém merece isso?",
questionou.
O ontem
"O
passado de um candidato deve ser levado em consideração sim, porque
incomoda. E quem tem rabo preso não pode sair candidato. Observem meu
histórico e vejam se eu tenho a Polícia Federal prendendo membros da
minha família e assessores. Eu mesmo não respondo a nenhum processo. Mas
o que a sociedade entende que é o melhor? Eu entendo que o que define o
melhor político é o seu programa de governo viável", disse.
Saúde
"A
saúde tem recursos, mas o dinheiro é desviado pelo ralo da corrupção. E
ela terá ainda mais fontes, quando a saúde poder oferecer os seus
próprios serviços e não precisar contratar terceirizados de exames, por
exemplo. O que acontece é que o gestor transformou a pasta em uma
secretaria de obras, construindo postos, mas sem médicos e remédios",
opinou.
Mobilidade Urbana
"Construir
viadutos não são prioridades no meu governo, porque existem outras
alternativas, como as rotatórias e diminuição de semáforos", disse,
apresentando o mapa imaginário de Aracaju com o desafogamento do
trânsito, na sua visão. Serão construídas novas vias, e o Centro será
revitalizado, com a construção de estacionamentos, entre outros projetos
para trazer de volta a tranquilidade ao aracajuano", discorreu.
Comissionados
"Eleito
prefeito, irei diminuir pela metade a quantidade das secretarias
municipais e, por sua vez, de comissionados. Será o servidor efetivo que
terá que realizar o serviço. Isso é que é bom: sair para a disputa
eleitoral sem agrupamento: não precisei 'fatiar' a prefeitura após,
ofertando cargos a quem ajudou a me eleger", polemizou.
Ele
também assegurou que sendo eleito prefeito vai acabar com os secretários
adjuntos e com os subsecretários, por entender que são cargos que não
contribuem em nada com a administração publica.
Eleições
"No
dia 7 de outubro, o cidadão irá tomar uma decisão da qual cidade que ele
quer. Até porque não existe diferença entre João Alves, Marcelo Déda e
Valadares Filho. O erro está sendo meu por ainda não conseguir mostrar à
população uma regra de três tão simples", afirmou.
"Eu
não sou o melhor e nem o pior, sou diferente, e quem tem que julgar quem
sou são vocês. Eu trago fatos e não tenho culpa de que incomodo os
dedistas, valadaristas e demistas. Também não posso medir minha estatura
pela deles, estaria me igualando", desafiou.
Mágoa de João e Educação
Questionado
sobre a sua maior mágoa de João Alves, o mesmo falou que teve início em
2002, quando ele foi eleito ao seu lado como senador. "Não é uma
questão pessoal. Ele disse que seria a renovação e não foi. E observem: a
educação pública em Sergipe começou a desandar a partir do momento em
que ele foi governador, com professores que começaram a ser violentados.
Eu saí do governo da situação, com João, e fui para oposição, porque
não concordava com ele", explicou.
"E
depois vem o governador Déda e pisa na classe, não pagando o piso. Vamos
comparar os governos: quantas escolas foram construídas ao longo desse
tempo?", questionou. "Educação para mim foi, é e sempre será
prioridade", declarou.
"Não
podemos esquecer alguns episódios da história aracajuana, e um deles
foi a retirada de comerciantes ambulantes do Centro com jatos de água,
para que fossem 'exilados' na cidade pernambucana de Garanhuns. Também a
transformação da Terra Dura em um depósito de moradores de rua", disse.
Rivando Gois
O
seu candidato a vice-prefeito trouxe uma mensagem aos presentes falando
da sua trajetória política no Partido dos Trabalhadores (PT). "Saí do
grupo porque me senti traído. Os sonhos plantados por Déda inicialmente
também não foram respeitados por ele mesmo, o que fez constranger os
seus aliados. Eu precisava de uma ideologia nova, por isso fui caminhar
ao lado de Almeida Lima", declarou.
Meio Ambiente
"O
que precisa ser feito é recuperar o meio ambiente em Aracaju. Observem
como os recursos naturais dos bairros Coroa do Meio e Treze de Julho
foram destruídos. Até a construção de uma rodovia às margens da Praia de
Aruana foi feita sem respeitar as condições, totalmente sem acostamento
e encontra-se com um quilômetro dela já destruído", disse, apresentando
mais uma vez imagens fotográficas das regiões citadas.
"Não
irei construir o aterro sanitário, porque entendo que o lixo pode ser
reaproveitado, seja para a geração de energia ou para a reciclagem".
"Quanto à zona de expansão, acredito que deve haver um freio de seis
meses para que se possam ser construídos novas residências, visto que
não está existindo planejamento", opinou.
Turismo
"Não
há necessidade de um governo ir em busca de outros empresários de fora,
para incentivar a construção de hotéis aqui em Sergipe. O que tem que
acontecer é uma política de incentivo no Estado para os que queiram se
instalar aqui. Um desses incentivos é sediar eventos nacionais, sem a
cobrança de taxas, para atrair turistas que aqui venham a serviço",
disse.
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